Por João Pedro Goulart
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(Estagiário sob supervisão de Lucas Kurz)

Chega o fim de ano e o movimento de pessoas no Terminal Rodoviário de Pelotas (Eterpel) cresce à medida que as datas de Natal e Ano Novo se aproximam, o que permite o cálculo de circulação de viajantes nos terminais. Em um dia, a Rodoviária recebe em média 5 mil pessoas. Embora os meses de outubro e novembro tenham sido ruins sob a perspectiva de vendas, a expectativa de movimento para o fim deste ano é animadora, com números que se aproximam ao que foi atingido no ano anterior durante a mesma época.

Para melhor entender as projeções, o responsável administrativo da Rodoviária, Cláudio Montanelli, explica que utiliza como referência as variáveis pré-pandemia. Antes da explosão da Covid-19, em 2020, a rodoviária vendia uma média de 90 mil passagens por mês. O surgimento de novos métodos de viagem durante o período de distanciamento deixou efeitos que duram até hoje. "No mês passado (novembro), nós vendemos 59 mil passagens, ou seja, 65,6% do que era vendido antes", exemplificou Montanelli.

Até o momento, a estimativa para o mês de dezembro é de que cerca de 68 mil passagens sejam vendidas nos guichês, que competem a 75,75% das vendas feitas antes de março de 2020. No ano passado, o fechamento de vendas nas festas foi de 76,8%, o que indica similaridade nos resultados quando a comparação é entre os dois anos. Segundo o administrador, a tendência é que essa igualdade seja superada pelo mês atual, o que dependerá, claro, do movimento nos próximos dias que antecedem o Natal e o fim de ano, que também são os mais agitados.

Segurança extra

Por ser um local por onde passam muitas pessoas todos os dias, é preciso que haja uma segurança reforçada, para evitar e solucionar problemas de maneira mais eficaz. Hoje, a rodoviária tem todos os setores instalados apenas no andar térreo, permitindo uma unificação de toda estrutura em único nível de piso e diminuindo a chance de acontecerem infortúnios como furtos ou outros problemas. Todo andar é constantemente vigiado pelo guarda que fica na cabine central. Além disso, há seis meses, novas câmeras de segurança foram instaladas, totalizando em 25 ângulos diferentes que garantem uma visão completa de todo o local, sem pontos cegos.

Encontros e despedidas

Sinara Rodrigues é de Rio Grande e visita Pelotas sempre utilizando ônibus ônibus. Para ela, o até então baixo movimento tem ligação direta com a redução do poder aquisitivo das pessoas. "O dinheiro está mais escasso", disse. Por outro lado, Sinara adora viajar de ônibus. Certa vez, em um dos trajetos, ela conheceu uma senhora que sentou ao lado, com quem acabou fazendo amizade. "Ela ia até me dar uma carona, viu que podia confiar em mim. Muito gentil", completou.

Da mesma forma, a rodoviária de Pelotas tece e encurta caminhos para que relações, como da Mariana Vargas e a mãe, continuem acontecendo. A menina estava se despedindo da dona Rosângela, e prestes a deixar Pelotas para voltar a São Paulo, onde trabalha como designer. Ela conta que costumava utilizar bastante o transporte rodoviário quando criança, quando viajava com a família. Hoje, a rodoviária é o ponto de despedida tradicional entre as duas. "Sempre bom visitar a família", afirmou Mariana.

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